Juiz de Fora

As milícias estão chegando a Juiz de Fora

Moradores e comerciantes do bairro Santa Luzia têm sido abordados de maneira impositiva por pessoas que oferecem proteção em troca de pagamento

Além de todos os problemas estruturais como enchentes e alagamentos, ruas esburacadas, ônibus lotados, falta de vagas de estacionamento rotativo da área azul, falta de capina em algumas ruas e calçadas entre outros, a população de Santa Luzia agora está tendo que conviver com um problema novo que pode causar muito transtorno futuramente.

Diversos comerciantes relataram que têm sido procurados por supostos “vigilantes” que estão oferecendo serviços de “segurança patrimonial” de forma quase impositiva.

Estes indivíduos têm abordado os empresários do bairro, especialmente horas ou dias depois de ter ocorrido qualquer furto em algum comércio local, momento em os comerciantes estão fragilizados emocionalmente e apreensivos, e oferecem seus “serviços” sempre valendo-se de histórias inventadas e mentiras.

Há um caso, inclusive, em que um destes homens garantiu para a gerente de uma loja que o proprietário do estabelecimento havia contratado seus serviços. O que ele não sabia, contudo, é que a mesma pessoa que ele estava abordando naquele momento era uma das proprietárias também do comércio onde ele garantiu que o havia contratado.

Num caso mais recente, um desses vigilantes adentrou uma loja com bloco de recibos na mão cobrando a proprietária da loja. Por sorte, o companheiro da comerciante chegou no momento exato e abordou o sujeito, colocando-o para fora do estabelecimento.

Ao procurar a Polícia Militar, posteriormente, descobriu que o indivíduo possui diversas passagens, e foi orientado a informar aos policiais se ele tentasse esse tipo de abordagem novamente.

Precisamos lembrar aqui, que o embrião para o surgimento das milícias que hoje aterrorizam moradores do subúrbio da capital carioca e da baixada fluminense, foram ações como a desse sujeito. 

Os milicianos começaram oferecendo serviços de “proteção” contra os criminosos locais. Depois começaram a vender “gatonet”, botijão de gás, alugar imóveis etc. Hoje a milícia impõe aos moradores e comerciantes a “compra” desse “serviços e produtos” e quem se recusa é morto ou expulso do bairro ou comunidade.

Será este o destino do bairro Santa Luzia e outros bairros de Juiz de Fora? ou podemos esperar que as autoridades e forças de segurança tomarão as rédeas da situação antes que não haja mais o que ser feito?

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