Prefeitura ignora problemas urgentes da cidade e prioriza obras questionáveis, enquanto população sofre com ruas esburacadas, caos na saúde e aumento da violência.
A Prefeitura de Juiz de Fora pretende contrair um empréstimo milionário junto ao BNDES para financiar projetos questionáveis, enquanto problemas críticos da cidade continuam sem solução. A proposta inclui a construção de uma ciclovia às margens do Rio Paraibuna e a implantação de uma usina de reciclagem, mas ignora o caos na saúde, a precariedade do asfalto e o aumento da violência.
O projeto, apresentado pela prefeita Margarida Salomão (PT) em reunião com vereadores, será enviado à Câmara Municipal para apreciação. A intenção é obter R$ 660 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre as iniciativas listadas no projeto estão:
- Construção de uma ciclovia às margens do Rio Paraibuna
- Revitalização do Centro Histórico
- Construção de uma estação de tratamento de água na Represa de Chapéu D’Uvas
- Construção de uma nova adutora próximo à BR-040
- Informatização dos sistemas municipais
- Instalação de uma usina de reciclagem
Mais dívidas para os cofres do município
O financiamento, caso aprovado, terá cinco anos de carência e juros atrelados à taxa Selic. Entretanto, vereadores demonstram preocupação com o impacto da dívida na saúde financeira do município. “Juiz de Fora já possui outras dívidas significativas. Precisamos avaliar se a cidade tem condições de assumir mais esse compromisso”, alertou o vereador Maurício Delgado (Rede).
Para o presidente da Câmara, Zé Márcio Garotinho (PDT), o projeto não deve ser aprovado sem um amplo debate com a população. “Precisamos garantir que esses investimentos são realmente necessários e viáveis financeiramente”, afirmou. Marlon Siqueira (MDB), membro da Comissão de Fiscalização Financeira, também defendeu a realização de audiências públicas antes da votação.
O texto do projeto ainda não tem data definida para ser apreciado na Câmara. Enquanto isso, moradores seguem enfrentando buracos nas ruas, postos de saúde lotados e o medo crescente da violência urbana. Resta saber se a população concorda que esses R$ 660 milhões são realmente a solução para os problemas da cidade.