Restaurantes cadastrados em aplicativos de delivery podem operar sem fiscalização e colocar a segurança alimentar em risco.
A popularização dos aplicativos de entrega transformou a forma como os brasileiros consomem alimentos. No entanto, por trás da conveniência, há um fenômeno que pode colocar em risco a segurança alimentar: as chamadas “cozinhas dark”. Essas operações funcionam sem endereço físico acessível ao público, muitas vezes instaladas em fundos de quintais ou até mesmo em apartamentos, sem qualquer fiscalização da Vigilância Sanitária.
O que são as “cozinhas dark”?
A prática ganhou força com o crescimento do iFood e de outros aplicativos de delivery, permitindo que restaurantes virtuais fossem criados sem a necessidade de uma estrutura tradicional. Embora algumas dessas cozinhas operem de forma regularizada, muitas delas funcionam clandestinamente, sem seguir normas básicas de higiene e segurança alimentar.
Riscos para a saúde do consumidor
Segundo especialistas em saúde pública, a ausência de fiscalização facilita a ocorrência de problemas graves, como contaminação cruzada, armazenamento inadequado de alimentos e falta de controle sobre a qualidade dos ingredientes utilizados. “O consumidor muitas vezes acredita que está comprando de um restaurante bem estruturado, mas, na realidade, o alimento pode estar sendo preparado em condições insalubres”, alerta o especialista em segurança alimentar João Mendes.
Falta de fiscalização e responsabilidade das plataformas
iFood afirma que exige documentação e cumprimento de normas por parte dos estabelecimentos cadastrados, mas não há um controle efetivo sobre a forma como essas cozinhas operam. Em alguns casos, um mesmo endereço pode abrigar vários “restaurantes” fictícios, que compartilham o mesmo espaço sem transparência para o consumidor.
Como se proteger ao pedir comida por delivery?
Diante desse cenário, especialistas recomendam que o consumidor tome precauções ao pedir comida por aplicativos. Verificar a reputação do estabelecimento, ler comentários de outros clientes e optar por restaurantes com histórico confiável são medidas essenciais para reduzir os riscos. Além disso, há um crescente debate sobre a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa para garantir que todos os restaurantes online cumpram as mesmas exigências sanitárias dos estabelecimentos físicos.
Enquanto essa fiscalização não avança, cabe ao consumidor estar atento e exigir maior transparência das plataformas de delivery. Afinal, a segurança alimentar é um direito de todos.
