Especialistas alertam para a relação entre o uso excessivo das redes e o aumento de ansiedade, depressão e baixa autoestima entre jovens.
Redes sociais: vilãs ou apenas um reflexo da sociedade?
As redes sociais se tornaram parte essencial da rotina dos adolescentes. Plataformas como Instagram, TikTok e Snapchat dominam horas do dia de milhões de jovens, moldando comportamentos e influenciando a percepção de si mesmos e do mundo ao redor. Mas até que ponto essa hiperconexão impacta a saúde mental?
Estudos recentes apontam uma ligação preocupante entre o tempo de tela excessivo e o aumento de transtornos como ansiedade e depressão entre adolescentes. De acordo com uma pesquisa da American Psychological Association (APA), jovens que passam mais de três horas por dia em redes sociais apresentam o dobro de risco de desenvolver sintomas depressivos em comparação com aqueles que usam menos tempo.
A busca por validação e o ciclo da comparação
Um dos principais gatilhos apontados por especialistas é a incessante busca por validação. Curtidas, comentários e compartilhamentos funcionam como uma espécie de “moeda social”, alimentando a autoestima — ou destruindo-a quando a interação esperada não acontece.
Além disso, a comparação constante com vidas aparentemente perfeitas exibidas online gera uma distorção da realidade. A psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva explica que “o adolescente está em uma fase de construção da identidade e, ao se comparar com padrões irreais, acaba desenvolvendo sentimentos de inadequação e inferioridade.”
Existe solução?
A ciência sugere caminhos para minimizar esses impactos. Entre eles, destaca-se o incentivo ao uso consciente das plataformas e o diálogo aberto entre pais e filhos. Limitar o tempo de tela, promover atividades fora do ambiente digital e reforçar a autoestima com base em conquistas reais são medidas essenciais para proteger a saúde mental dos jovens.
Por outro lado, especialistas também defendem que as redes sociais não são totalmente vilãs. Elas oferecem espaços de pertencimento e troca de experiências importantes para os adolescentes. O equilíbrio, portanto, é a chave para transformar a relação dos jovens com o mundo digital.
Fontes: American Psychological Association (APA), Revista Brasileira de Psiquiatria, Entrevista com Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva (psiquiatra e escritora)