Acusado de desviar verbas públicas, ex-ministro das Comunicações de Lula está no centro de investigação que pode abalar o governo

Ex-ministro é alvo de denúncias por uso irregular de verbas públicas

Juscelino Filho, atual ex-ministro das Comunicações do governo Lula, tornou-se nos últimos meses um dos nomes mais comentados na cena política nacional. Aos 39 anos, o médico e deputado federal licenciado pelo União Brasil do Maranhão está sendo investigado por suposto envolvimento em um esquema de desvio de verbas públicas destinadas à área da saúde e obras de pavimentação.

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O caso ganhou destaque após a Polícia Federal apontar indícios de que Juscelino teria utilizado recursos das chamadas emendas de relator, mecanismo criticado por falta de transparência, para beneficiar empresas ligadas a aliados políticos e à sua própria família. A investigação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e é acompanhada de perto pelo Palácio do Planalto.

Governo se mantém cauteloso, mas desgaste é evidente

Apesar das denúncias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado uma postura de cautela em relação ao ex-ministro. Em declarações públicas, Lula afirma que “não há julgamento político sem provas”, mas o desconforto dentro da base aliada é crescente.

Juscelino foi nomeado em janeiro de 2023 como parte de uma estratégia para ampliar a base de apoio do governo no Congresso, já que seu partido, o União Brasil, integra o chamado “centrão”. Essa aliança foi considerada essencial para garantir a governabilidade, especialmente após as eleições polarizadas de 2022.

A sua permanência no cargo, no entanto, começou a custar caro ao presidente. Setores do governo temiam que o caso atrapalhasse votações importantes no Congresso e desgastasse a imagem do Executivo diante da opinião pública. A demissão foi vista como forma de conter o impacto.

Entenda o que pesa contra o ex-ministro e o que pode acontecer

Entre as principais suspeitas que recaem sobre Juscelino Filho está o uso de emendas parlamentares para contratação de empresas fantasmas ou ligadas a familiares, especialmente para obras em cidades onde ele teve expressiva votação. Em um dos episódios investigados, a verba teria sido utilizada para pavimentar uma estrada que passa em frente a uma de suas propriedades no interior do Maranhão.

Além disso, há suspeitas de omissão de patrimônio em declarações ao TSE e uso de jatinhos custeados com dinheiro público para viagens com interesses particulares. O caso já levou entidades da sociedade civil e partidos de oposição a pedirem o afastamento do ex-ministro até a conclusão das investigações.

Se as acusações forem confirmadas, Juscelino poderá responder por improbidade administrativa, peculato e outras infrações previstas na legislação penal e eleitoral. A situação coloca o governo Lula diante de um dilema político e ético, com possíveis reflexos nas eleições municipais de 2024 e no equilíbrio da base aliada no Congresso.

Fontes: Agência Brasil, G1, Estadão, Folha de S.Paulo, CNN Brasil.

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