Espaço será ponto estratégico de inclusão e comunicação em Libras no Centro da cidade
No Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, celebrado em 24 de abril, Juiz de Fora marca um passo importante pela inclusão: a Central de Libras foi reinaugurada no coração da cidade. A unidade, localizada na Rua Halfeld, 450, 7º andar, no Centro, volta a operar após quase sete anos inativa. O objetivo é claro — garantir o direito à comunicação da comunidade surda em serviços públicos essenciais.
Atendimento por agendamento e com foco nos direitos linguísticos
A Central vai oferecer atendimento com intérpretes de Libras para facilitar o acesso a serviços nas áreas de saúde, justiça, previdência, educação e finanças. Para ser atendido, o agendamento pode ser feito presencialmente, pelo WhatsApp ou por e-mail. O espaço será gerido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) com apoio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedese).
Esse projeto é resultado de um esforço conjunto entre os governos estadual e municipal. A unidade de Juiz de Fora é uma das duas únicas em todo o estado de Minas Gerais — a outra está em Belo Horizonte.
Demanda antiga da comunidade surda finalmente atendida
A reabertura da Central de Libras atende a uma antiga reivindicação da comunidade surda da cidade. De acordo com o IBGE, há mais de 10 milhões de surdos no Brasil, e muitos enfrentam obstáculos diários para se comunicar em locais públicos. Mesmo com a existência da Lei nº 10.436, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação, a inclusão plena ainda é um desafio.
A iniciativa também foi possível graças ao apoio da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que forneceu equipamentos e infraestrutura, enquanto o Estado cedeu profissionais e o município, o espaço físico e a logística.
Mais que inclusão: símbolo de resistência e conquista coletiva
Para o secretário Biel Rocha, a reinauguração representa mais que um serviço público: é a concretização de um sonho antigo. “É símbolo de resistência e luta, resultado da dedicação da Associação dos Surdos e da mobilização por um direito básico — o de ser ouvido e compreendido.”