Imagens tiradas na Basílica de São Pedro levantam debate sobre respeito e limites na era digital

A morte do Papa Francisco, no último dia 21 de abril, trouxe milhares de fiéis à Basílica de São Pedro, no Vaticano. Contudo, o que deveria ser um momento de oração e reverência se tornou alvo de críticas nas redes sociais. Motivo: muitos visitantes optaram por tirar selfies ao lado do caixão, gerando indignação entre religiosos e internautas do mundo inteiro.

Comportamento de alguns visitantes é chamado de desrespeitoso

Apesar de a Santa Sé não ter proibido expressamente o uso de celulares durante a visitação, o comportamento de parte dos fiéis foi considerado inadequado. Alguns foram até mesmo repreendidos pelos guardas da basílica. Vestido com trajes vermelhos e segurando um rosário, o corpo do pontífice estava exposto ao público para homenagens. No entanto, ao invés de silêncio e contemplação, o ambiente foi marcado por flashes e poses em frente ao ataúde.

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Entre os presentes, a britânica Catherine Gilsenan, de 59 anos, ficou chocada com o que presenciou. “Foi horrível ver tantas pessoas tirando fotos”, relatou. Ela e o marido, Martin, foram ao local apenas para se despedir do líder religioso, sem utilizar o celular. “Guardamos nossos telefones no bolso. Jamais faríamos algo tão desagradável”, completou.

Uso de selfies na despedida reacende discussão sobre limites

A atitude de alguns fiéis também despertou críticas nas redes. Um usuário do X, antigo Twitter, definiu a prática como “uma praga”. Para ele, é necessário estabelecer novos limites sociais. “Até mesmo diante de um caixão, as pessoas não conseguem se conter”, escreveu.

Curiosamente, o próprio Francisco foi pioneiro na popularização das selfies no Vaticano. Em 2013, apenas cinco meses após iniciar seu pontificado, ele posou sorridente ao lado de jovens italianos durante uma audiência privada. Dez anos depois, em outubro de 2023, chegou a registrar sua própria selfie, demonstrando familiaridade com os hábitos da era digital.

Apesar disso, para muitos, há uma diferença fundamental entre se aproximar do Papa em vida para uma foto e registrar um momento fúnebre. A linha tênue entre homenagem e espetáculo está no centro da discussão que se intensifica.

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