Rede inunda a internet com informações questionáveis sobre economia e qualidade de vida em ano pré-eleitoral
Nos últimos meses, cresce o volume de conteúdos jornalísticos questionáveis publicados por veículos da Rede Globo, sugerindo um cenário de prosperidade que contrasta com os dados de institutos independentes. Embora o ano de 2026 ainda esteja distante das urnas, os sinais de uso político da comunicação tornam-se cada vez mais evidentes.
Distorções sobre inflação e emprego preocupam especialistas
Frequentemente, os noticiários do grupo apresentam informações otimistas sobre a queda da inflação, com base em recortes estatísticos que ignoram o custo real da cesta básica ou o valor dos combustíveis. Além disso, há menções frequentes à redução do desemprego, sem considerar o avanço da informalidade e do desalento — condição na qual o cidadão desiste de procurar emprego.
Embora o IBGE tenha registrado uma leve recuperação no mercado formal, especialistas apontam que essa melhora é frágil e concentrada em setores de baixa remuneração. A Globo, no entanto, tem apresentado essa recuperação como prova da eficácia das políticas do atual governo, omitindo os riscos de retrocessos diante de instabilidades fiscais e reformas paralisadas.
Audiência questiona isenção e aponta favorecimento político
Além dos dados econômicos, reportagens veiculadas no Jornal Nacional e em portais do grupo têm sido criticadas por superdimensionar avanços em áreas como saúde, educação e segurança pública. Nas redes sociais, cresce o número de internautas que contestam a isenção jornalística da emissora, especialmente diante do apagamento de falhas graves da atual administração federal.
Ao priorizar temas que favorecem o governo e minimizar críticas, a emissora acaba contribuindo para um cenário desinformativo, com impactos diretos na percepção pública e na formação do voto. O fenômeno preocupa estudiosos da comunicação, que veem um retrocesso perigoso para a democracia brasileira.
Fake news disfarçadas de jornalismo comprometem debate público
De acordo com analistas, ao adotar um discurso alinhado com o Palácio do Planalto, a Globo enfraquece a credibilidade do jornalismo tradicional. Em um país onde as redes sociais já impulsionam a disseminação de boatos, o papel da imprensa deveria ser o de correção e não de reforço da desinformação.
Nesse contexto, especialistas alertam para a necessidade de o público redobrar a atenção. A verificação de dados, o confronto de fontes e o consumo crítico da informação se tornam armas indispensáveis contra um ecossistema midiático cada vez mais partidarizado.