Cidade tem pior índice de aprovação em Minas entre municípios do mesmo porte
Os números são alarmantes. No primeiro semestre de 2025, Juiz de Fora registrou uma das piores taxas de aprovação em exames para Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em Minas Gerais. Apenas 26,6% dos candidatos conseguiram ser aprovados na prova prática, índice muito inferior ao de cidades com população semelhante.
Taxas de reprovação aumentam e escancaram dificuldades dos candidatos
Conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG), entre janeiro e junho deste ano, foram aplicados 3.712 exames práticos na cidade. Desses, apenas 1.026 candidatos conquistaram a tão sonhada habilitação. Já nas provas teóricas, o índice de aprovação foi um pouco melhor, mas ainda preocupante: 50,5% dos 3.789 inscritos conseguiram êxito.
As variações mensais mostram um cenário de queda. Em janeiro, mais da metade dos candidatos da categoria B foi aprovada na prática (54,39%). Contudo, o índice despencou ao longo dos meses, alcançando apenas 27,59% em junho. A categoria A, destinada a motociclistas, apresentou desempenho ainda pior: 18,66% de aprovação em janeiro e 16,62% em fevereiro.
Segundo a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG), o baixo desempenho revela a necessidade de maior preparação e conscientização sobre segurança no trânsito. “A recomendação é que os candidatos busquem centros de formação qualificados e invistam em uma formação de qualidade”, afirmou o órgão.
Juiz de Fora fica atrás de cidades como Contagem e Montes Claros
Enquanto Juiz de Fora enfrenta dificuldades, outras cidades mineiras apresentam números mais animadores. Em Contagem, por exemplo, a taxa de aprovação nas provas práticas da categoria B foi de 36,61% em janeiro e 35,74% em fevereiro. Já Montes Claros registrou taxas ainda mais expressivas, com 35,82% em janeiro e 35% em fevereiro na mesma categoria, além de surpreendentes 70,44% na categoria A.
A diferença nos índices chama atenção e levanta debates sobre a eficácia do modelo atual de formação de condutores em Juiz de Fora. Fatores como qualidade dos centros de formação, infraestrutura de exames e tempo de preparação dos candidatos podem estar influenciando diretamente nos resultados.
Fim da obrigatoriedade das autoescolas entra em discussão no governo federal
Em meio a esse cenário de reprovações, o Governo Federal avalia uma mudança radical. O ministro dos Transportes, Renan Filho, revelou que está em estudo o fim da obrigatoriedade do curso em autoescolas para quem deseja tirar a CNH. A proposta já foi finalizada pela pasta e será encaminhada ao presidente.
“A autoescola vai continuar existindo, mas como uma opção. O candidato vai ter que ser aprovado na prova teórica e na prática, mas ele poderá se preparar de forma independente”, afirmou o ministro. A medida, segundo ele, pode reduzir em até 80% os custos para obtenção da CNH, que hoje variam entre R$ 3 mil e R$ 4 mil.
Se aprovada, a mudança deve alterar profundamente o processo de formação de condutores no país, democratizando o acesso à habilitação e tornando o caminho menos oneroso para os brasileiros.