Pesquisa internacional mostra que metade das crianças de 9 anos no Brasil não domina habilidades matemáticas básicas, como a tabuada.
O Brasil ocupa posição alarmante no campo educacional, de acordo com os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado nesta quarta-feira (4) pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA). A pesquisa, que avalia alunos de diversas idades, revelou que 51% das crianças do 4º ano do ensino fundamental não conseguem realizar operações matemáticas simples, como a tabuada ou somas e subtrações envolvendo números de três algarismos (por exemplo, 300 + 120 ou 200 – 150). Esses estudantes não atingem sequer o nível mínimo de conhecimento esperado.
Esta é a primeira participação do Brasil no Timss, exame internacional realizado a cada quatro anos. Os resultados apontam que, no 8º ano, 62% dos estudantes brasileiros de 13 anos também enfrentam dificuldades significativas em matemática. Mais da metade dos jovens não compreendem conceitos básicos, como a geometria elementar e a leitura de gráficos, e não sabem calcular o lado de um quadrado, por exemplo.
Com uma média de 378 pontos, o Brasil ficou à frente apenas do Marrocos e foi superado por países como Irã, Uzbequistão, Chile, Malásia, Arábia Saudita, África do Sul e Jordânia. A pesquisa também mostrou que entre os 5% dos alunos brasileiros com as piores notas, o desempenho foi tão baixo que a maioria não respondeu a nenhuma das questões.
Embora o desempenho em ciências também seja insatisfatório, ele foi ligeiramente superior ao de matemática. No 4º ano, 39% das crianças não possuem conhecimentos básicos sobre o meio ambiente e a biologia. Já no 8º ano, 42% não sabem identificar conceitos fundamentais de ciências, como as diferenças entre reações químicas e físicas, além de terem dificuldades em questões simples sobre o sol e o oceano.
Esses dados revelam a necessidade urgente de reformulação e investimento no sistema educacional brasileiro, especialmente nas áreas de matemática e ciências, que são fundamentais para o desenvolvimento dos jovens e para a competitividade do país no cenário global.
