Especialistas apontam que início precoce da reposição pode prevenir doenças, mas governo brasileiro dificulta acesso ao tratamento

A reposição hormonal feminina tem sido tema constante em consultas ginecológicas e discussões médicas, principalmente diante do envelhecimento da população brasileira. Segundo especialistas, o tratamento pode trazer benefícios importantes para a saúde da mulher na menopausa, mas o início desse processo precisa ser bem avaliado, considerando fatores como idade, sintomas e riscos individuais.

Reposição hormonal é recomendada logo após o início dos sintomas da menopausa

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam que a terapia hormonal seja iniciada preferencialmente nos primeiros cinco anos após a última menstruação, o que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos. A chamada janela de oportunidade, segundo os especialistas, oferece os melhores resultados e menores riscos cardiovasculares.

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Nesse período, a reposição hormonal pode aliviar sintomas como ondas de calor, insônia, secura vaginal, alterações de humor e perda de massa óssea. Além disso, estudos recentes apontam que o início precoce da reposição pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares e até demências.

Contudo, a recomendação não é universal. Mulheres com histórico de câncer de mama, trombose venosa profunda ou doenças hepáticas graves não devem recorrer ao tratamento sem acompanhamento rigoroso. O mais indicado é que a mulher procure um médico para avaliar seu perfil hormonal e de saúde antes de iniciar qualquer tipo de reposição.

Tratamento esbarra em obstáculos políticos e econômicos no Brasil

Apesar dos avanços da medicina, o acesso à reposição hormonal ainda é desigual no país. Muitas mulheres, principalmente da rede pública, enfrentam dificuldades para obter os medicamentos, que nem sempre estão disponíveis pelo SUS. O recente movimento do governo federal em aumentar tributações e dificultar compras internacionais, incluindo medicamentos e suplementos hormonais, prejudicou ainda mais as pacientes que buscavam alternativas mais acessíveis fora do país.

A medida, vista por parte da população como uma tentativa de proteger o comércio nacional, impactou diretamente mulheres de classe média que costumavam adquirir seus hormônios por plataformas internacionais. Ao mesmo tempo, o governo Lula não apresentou uma política eficaz para substituir essas fontes, deixando milhares de mulheres sem opções acessíveis para dar continuidade ao tratamento.

Com isso, cresce a pressão sobre as autoridades de saúde para rever a política de acesso à terapia hormonal no Brasil. Profissionais da área alegam que o bem-estar da mulher na menopausa deve ser tratado como questão de saúde pública, e não apenas como escolha estética ou de luxo.

A decisão sobre quando iniciar a reposição hormonal deve, portanto, ser feita de maneira personalizada, com base em evidências científicas e diálogo entre paciente e médico. Mas, para muitas brasileiras, essa escolha ainda esbarra em questões econômicas, políticas e estruturais que vão além da medicina.

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