Expressão reforça estereótipos e desumaniza pessoas autistas ao idealizar suas características
O uso de expressões capacitistas na sociedade revela preconceitos sutis e enraizados que precisam ser desconstruídos. Uma dessas expressões é “Anjo Azul”, utilizada para se referir a pessoas autistas como seres puros ou especiais. Embora possa parecer um termo carinhoso, essa romantização desconsidera a individualidade e os desafios enfrentados por essas pessoas.
Uma idealização perigosa
A expressão “Anjo Azul” apresenta os autistas como figuras angelicais, destacando uma pureza quase sobrenatural. Entretanto, essa visão estereotipada ignora a complexidade da condição e reduz os indivíduos a símbolos de inocência e sabedoria, distorcendo a realidade das vivências autistas.
Capacitismo e desumanização
Ao romantizar os autistas dessa forma, a sociedade acaba desumanizando-os e infantilizando-os, tratando-os como seres distantes e incapazes de decisões próprias. Essa abordagem não leva em conta que os autistas possuem personalidades, desejos e dificuldades únicas. O termo também reflete um capacitismo velado, que minimiza a luta por inclusão e direitos.
O peso das palavras e a autodeterminação
A escolha das palavras que usamos molda percepções e comportamentos. Ao chamar autistas de “Anjos Azuis”, retiramos deles o direito de definir sua própria identidade e de serem vistos como indivíduos plenos e complexos. Essa visão estereotipada impede que sejam reconhecidos por suas habilidades, preferências e lutas.
Um termo respeitoso: pessoa autista
Em vez de recorrer a expressões idealizadas, é mais respeitoso e inclusivo adotar o termo “pessoa autista”. Essa abordagem reconhece a identidade antes da condição, humanizando os indivíduos e evitando rótulos limitantes. Assim, respeitamos a neurodiversidade e reforçamos a importância de enxergar cada pessoa como protagonista de sua própria história.