Descoberta reforça trecho bíblico e aponta existência de jardim com oliveiras e videiras há dois mil anos
Pesquisadores encontraram evidências arqueológicas que podem transformar a compreensão sobre o local onde Jesus Cristo teria sido sepultado. Um jardim antigo, com oliveiras e videiras, foi identificado sob a fundação da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, local venerado por milhões de fiéis como o túmulo de Jesus.
A análise foi conduzida por arqueólogos da Universidade Sapienza, de Roma, que estudaram restos de plantas preservadas sob o piso da igreja. Os materiais encontrados foram datados da era pré-cristã, período compatível com o da crucificação e sepultamento de Jesus, estimado entre os anos 33 e 37 d.C.
Evangelho de João descreve jardim no local do sepultamento
A descoberta reforça o relato do Evangelho de João, que afirma: “No lugar onde ele foi crucificado, havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo”. Segundo a arqueóloga-chefe Francesca Romana Stasolla, foram identificadas áreas de cultivo entre o Calvário e o suposto túmulo, o que dá suporte material ao texto bíblico.
A escavação foi iniciada durante reformas na igreja, em 2022, e revelou uma área de uso agrícola sobre uma antiga pedreira da Idade do Ferro, posteriormente transformada em cemitério com tumbas esculpidas em rochas.
Objetos como cerâmicas e lâmpadas também foram recuperados, todos datando de períodos anteriores ao surgimento do cristianismo.
Nova fase de estudos pode revelar mais segredos do passado
Além das estruturas agrícolas, a equipe também encontrou uma base circular de mármore sob o santuário principal, onde estaria localizada a tumba de Jesus. O material será submetido a testes para determinar sua origem e idade exata.
Construída no século IV, a Igreja do Santo Sepulcro foi erguida por ordem do imperador Constantino I sobre um antigo templo romano. Na ocasião, descobriu-se o túmulo que se acredita ser o de Cristo.
A descoberta arqueológica reacende o debate entre estudiosos sobre a localização exata do sepultamento de Jesus, dividindo opiniões entre o Santo Sepulcro e o chamado Túmulo do Jardim.
Com cerca de quatro milhões de visitantes por ano, a igreja continua sendo um dos pontos mais sagrados da fé cristã.