Terraplanismo ganha espaço entre brasileiros de nível médio
Desconfiança nas instituições e acesso a informações seletivas impulsionam adesão à teoria da Terra plana
Nos últimos anos, uma teoria polêmica tem conquistado destaque na sociedade brasileira: o terraplanismo. Apesar de ser amplamente refutada pela comunidade científica, essa crença de que a Terra é plana tem encontrado aderência em um segmento da população, especialmente entre aqueles com menor nível educacional. Mas, quais os motivos que impulsionam o crescimento do terraplanismo entre essas pessoas?
Desconfiança nas instituições
Uma das principais razões para a aceitação do terraplanismo é a desconfiança generalizada nas instituições estabelecidas, incluindo a ciência e a educação formal. Muitas pessoas sem formação acadêmica questionam a autoridade dos cientistas e das instituições governamentais, acreditando que elas estão envolvidas em uma grande conspiração para ocultar a “verdade” sobre a forma da Terra.
Acesso a informações seletivas
Com o advento da internet e das redes sociais, o acesso à informação tornou-se mais amplo, porém também mais desafiador. Pessoas com pouca formação acadêmica podem ser facilmente influenciadas por teorias da conspiração, já que frequentemente deparam-se com conteúdos seletivos que corroboram suas crenças. Grupos de terraplanistas organizam-se em plataformas digitais, disseminando informações distorcidas e pseudoexplicações que reforçam essa visão de mundo.
Acesso a informações seletivas
O terraplanismo oferece um senso de pertencimento e comunidade para aqueles que se sentem marginalizados ou deslocados socialmente. A adesão a essa teoria permite que eles se conectem com outras pessoas que compartilham das mesmas crenças, formando uma comunidade virtual que acolhe e valida suas ideias, proporcionando uma sensação de identidade e propósito.
Explicações simplistas
Uma das características marcantes do terraplanismo é a oferta de explicações simplistas para fenômenos complexos. Ao contrário da ciência, que muitas vezes lida com conceitos abstratos e complexos, a teoria da Terra plana oferece uma visão simplificada e compreensível para pessoas leigas, sem formação acadêmica em áreas científicas.
Conclusão
Embora o terraplanismo seja amplamente rejeitado pela comunidade científica devido à falta de evidências empíricas e científicas, essa teoria tem encontrado espaço entre os brasileiros com menor nível educacional. A desconfiança nas instituições, o acesso a informações seletivas, o desejo de pertencimento e a facilidade das explicações simplistas são fatores que contribuem para a disseminação e aceitação do terraplanismo nesse grupo populacional. No entanto, é crucial ressaltar a importância da educação científica e do pensamento crítico para combater a propagação de teorias infundadas e promover um entendimento preciso e fundamentado sobre o formato da Terra. É essencial investir em educação acessível e de qualidade, incentivando o pensamento crítico, a pesquisa e o diálogo científico, a fim de desafiar e desmistificar teorias sem fundamentos científicos.
Combater a desinformação e as teorias da conspiração requer um esforço coletivo. As instituições educacionais, científicas e governamentais devem trabalhar em conjunto para promover a divulgação científica de maneira clara e acessível, fornecendo informações confiáveis e baseadas em evidências.
Por fim, é importante lembrar que a ciência é um processo contínuo de descoberta e revisão. É por meio do método científico, da experimentação e da colaboração entre especialistas que o conhecimento avança. Portanto, é crucial valorizar e confiar nas instituições científicas, reconhecendo a importância da ciência como ferramenta essencial para compreender o mundo em que vivemos. O combate ao terraplanismo deve se basear em educação, informação e no fortalecimento da confiança na ciência como uma fonte confiável de conhecimento.