Projeto que pode perdoar manifestantes do 8 de janeiro avança na Câmara e divide opiniões sobre justiça e democracia.
A Câmara dos Deputados instaurou uma comissão especial para avaliar o projeto de lei que concede anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), justificou a criação do grupo como um passo necessário para um debate aprofundado sobre o tema.
O projeto prevê anistia para todos que participaram de atos políticos ou eleitorais no período, abrangendo desde manifestantes até aqueles que deram apoio financeiro ou logístico. A comissão especial, formada por 34 deputados titulares e 34 suplentes, será responsável por elaborar um parecer antes da votação no plenário.
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a proposta já tem apoio suficiente na Câmara para ser aprovada. Segundo ele, parlamentares sinalizaram que, se houver adesão para um regime de urgência, o projeto será levado rapidamente à votação.
A tramitação da anistia reacendeu debates sobre seus impactos. Enquanto apoiadores defendem a medida como um passo essencial para pacificar o país, críticos alertam que a aprovação pode comprometer a responsabilização de atos que atentaram contra a democracia. A decisão final dependerá do parecer da comissão e da votação no plenário.