Condenados dez integrantes de rede criminosa que atuava em Juiz de Fora

Policiais militares estavam entre os envolvidos, que receberam penas de até 48 anos de prisão

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou a condenação de dez pessoas por participação em organização criminosa armada, além dos crimes de usura, extorsão e lavagem de dinheiro, todos praticados em Juiz de Fora. As penas variam de oito a 48 anos de reclusão e incluem multas e perda de bens obtidos de forma ilícita. Entre os condenados estão sete homens, dois deles policiais militares, e três mulheres. A Justiça determinou também a perda da função pública dos agentes envolvidos. Cinco dos réus, que já se encontravam presos preventivamente, não poderão recorrer em liberdade.

Investigação revelou envolvimento de agentes da segurança

A sentença foi resultado de uma operação conduzida pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em julho de 2023. As investigações começaram após a Polícia Militar encaminhar denúncia relatando a existência de uma rede criminosa associada ao tráfico de drogas, tráfico de armas, agiotagem e lavagem de dinheiro. O levantamento apontou que os dois policiais prestavam proteção aos líderes do grupo e repassavam informações privilegiadas para garantir a continuidade das atividades ilegais, principalmente nos bairros Santo Antônio e Vila Ideal.

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Esquema envolvia agiotagem e intimidação de vítimas

Segundo o MPMG, grande parte do dinheiro usado pelo grupo vinha do tráfico de drogas e era aplicado em empréstimos com juros abusivos. Para forçar o pagamento das dívidas, integrantes recorriam a ameaças, violência física e uso de armas de fogo contra os devedores e familiares. O esquema contava ainda com empresas de fachada, criadas para atrair investidores que buscavam lucros muito acima dos praticados no mercado. Esses investidores tinham conhecimento da origem ilícita dos rendimentos e dos métodos utilizados para obtê-los, como agiotagem e extorsão.