Apesar do feriado de Natal, o valor chamou a atenção do governo, que solicitou esclarecimentos ao Banco Central
Na quarta-feira (25), a cotação do dólar alcançou aproximadamente R$ 6,40 na busca do Google, uma informação que gerou questionamentos, especialmente considerando que os mercados estavam fechados devido ao feriado de Natal.
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao Banco Central (BC) explicações sobre a possível divergência nas cotações de câmbio disponíveis no buscador. Segundo a AGU, a verificação dos dados será crucial para definir se haverá uma ação por parte da Procuradoria-Geral da União.
Ausência de negociação de câmbio no Brasil
Apesar da ausência de negociação de câmbio no Brasil devido ao feriado, José Faria Júnior, CEO da Wagner Investimentos, ressaltou que o valor exibido no Google não reflete a realidade do mercado tradicional. Ele explicou que as cotações do mercado de criptoativos, que opera 24 horas por dia, podem influenciar esses números, já que a conversão de moedas nas plataformas de criptomoedas ocorre de maneira distinta da negociação tradicional.
Faria Júnior ainda destacou que, em alguns casos, as plataformas de criptoativos aplicam uma taxa maior de conversão, visando proteger os usuários contra possíveis flutuações no valor do dólar quando o mercado tradicional voltar a operar.
Para ele, é importante observar que, em feriados ou finais de semana, as distorções de cotações, especialmente no mercado de criptomoedas, podem ser mais acentuadas.
Diferenças de mercado
O especialista também explicou que, enquanto na bolsa de valores existe um preço único e centralizado para cada ativo, o mercado de câmbio permite que as cotações variem ligeiramente, de acordo com o volume de negociações e os custos operacionais das instituições financeiras.
O Google, que exibiu as cotações errôneas, retirou as informações no final da tarde de segunda-feira (23). Naquela data, a cotação foi de R$ 6,185, influenciada pela preocupação com as contas públicas e o impacto nos investidores.
Em resposta à situação, o Google afirmou, em nota à CNN, que os dados financeiros em tempo real são fornecidos por “provedores globais terceirizados” e que estão trabalhando para garantir a precisão das informações e resolver qualquer problema detectado.