Funcionário da Abin denuncia espionagem a sistemas paraguaios durante negociações sobre Itaipu; governo vizinho suspende diálogo
Um escândalo diplomático de grandes proporções está em curso entre Brasil e Paraguai após a revelação de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria autorizado operações de hackers contra sistemas governamentais do país vizinho. O objetivo seria obter informações sigilosas sobre as negociações da Usina de Itaipu, conforme depoimento de um funcionário à Polícia Federal.
Negociações bilaterais são suspensas após descoberta
As investigações apontam que os ataques teriam começado ainda no governo Bolsonaro, mas continuaram sob a atual gestão, com suposta autorização do diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Ferramentas sofisticadas como Cobalt Strike teriam sido usadas para invadir sistemas do Congresso e da Presidência paraguaios, segundo o relato.
O governo do Paraguai reagiu com indignação, suspendendo imediatamente as negociações sobre o acordo energético de Itaipu, que fornece cerca de 10% da energia consumida pelo Brasil. A usina, construída em parceria entre os dois países na década de 1980, sempre foi um ponto sensível nas relações bilaterais.
Crise pode afetar relações comerciais e energéticas
Especialistas em relações internacionais alertam que o caso pode ter consequências graves para o Brasil, não apenas no campo diplomático, mas também no aspecto econômico. O Paraguai é um importante parceiro comercial na região, e qualquer tensão prolongada pode prejudicar acordos além do setor energético.
Fontes do Itamaraty afirmam que o governo brasileiro está analisando o caso com “máxima seriedade”, mas não confirmaram oficialmente as acusações. Enquanto isso, o Paraguai exige explicações formais e medidas concretas para restabelecer a confiança entre os países.