Físico esteve no país em 1925 para divulgar a Teoria da Relatividade, mas deixou críticas registradas em seu diário de viagem

Há exatos cem anos, em maio de 1925, Albert Einstein visitava o Brasil em uma das etapas de sua primeira viagem pela América Latina. A presença do físico alemão, então mundialmente conhecido por formular a Teoria da Relatividade, foi celebrada como um marco para a ciência brasileira, que à época buscava ganhar prestígio internacional e fortalecer suas instituições.

Durante sua estada no Rio de Janeiro, Einstein realizou conferências sobre física teórica, visitou o Instituto Oswaldo Cruz, o Jardim Botânico e o Museu Nacional, além de se reunir com o então presidente Artur Bernardes. Também se encontrou com integrantes da comunidade judaica, em uma época em que as tensões na Europa já se tornavam mais evidentes. A recepção foi calorosa, e sua passagem pelo país teve ampla cobertura da imprensa.

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Visão crítica sobre o Brasil apareceu em anotações privadas

Apesar da cordialidade demonstrada nos eventos públicos, os registros escritos por Einstein durante a viagem revelam uma percepção ambígua sobre o Brasil. Em seu diário de viagem, ele descreveu aspectos da população local de forma pejorativa, expondo um olhar eurocêntrico comum na época, mas que hoje provoca críticas e reflexões.

As anotações indicam surpresa com a desigualdade social e com a diversidade étnica do país, mas também incluem comentários considerados racistas por estudiosos contemporâneos. Essa contradição entre o cientista respeitado mundialmente e suas opiniões pessoais reforça o debate sobre a necessidade de contextualizar personagens históricos sem ignorar suas falhas.

Ainda assim, sua visita teve desdobramentos positivos. Para muitos pesquisadores, o contato direto com Einstein impulsionou o interesse pela ciência moderna no Brasil e motivou o fortalecimento de universidades e centros de pesquisa. Cem anos depois, sua passagem pelo país permanece relevante tanto pelo simbolismo quanto pelos contrastes que expôs.

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