Descoberta ocorreu após pais biológicos notarem desaparecimento de embrião congelado
Uma clínica de fertilização in vitro na Austrália está no centro de uma crise após admitir que implantou, por engano, um embrião no útero da paciente errada. O caso aconteceu em Brisbane e envolveu a renomada rede Monash IVF, que reconheceu o erro como um “equívoco humano isolado”, mas de grandes proporções.
A confusão só foi descoberta meses depois, quando os pais biológicos solicitaram a transferência de seus embriões congelados para outra clínica. Durante a conferência dos materiais armazenados, um dos embriões simplesmente não estava onde deveria. A investigação revelou que ele havia sido implantado em outra mulher, que acabou dando à luz um bebê saudável — filho genético de outro casal.
Diretor pede desculpas e promete rigor após escândalo
Diante da repercussão, o diretor-executivo da Monash IVF, Michael Knaap, veio a público expressar pesar. “Estamos profundamente consternados. Pedimos desculpas sinceras pelo erro. Já tomamos providências para reforçar nossos protocolos”, afirmou. A clínica também iniciou auditorias internas e encomendou uma apuração externa independente.
Apesar das promessas de correção, o caso levanta sérias preocupações sobre a segurança dos procedimentos em clínicas especializadas. Na Austrália, um em cada 18 nascimentos acontece por meio de técnicas de reprodução assistida, o que intensifica o debate sobre os padrões éticos da área.
Empresa já havia sido alvo de ação milionária por falhas anteriores
Este não é o primeiro escândalo envolvendo a Monash IVF. Em 2023, a empresa foi alvo de uma ação coletiva e acabou fechando um acordo de US$ 56 milhões (cerca de R$ 330 milhões) com mais de 700 ex-pacientes. Na ocasião, testes genéticos falhos levaram ao descarte indevido de embriões — 35% deles classificados erroneamente como inviáveis.
Mesmo com esse histórico, a clínica não admitiu responsabilidade legal nem naquele episódio, nem agora. O novo caso reacende a discussão sobre a necessidade de transparência médica, responsabilização institucional e revisão urgente nos protocolos de clínicas que lidam com vidas em formação.