Secretário de Saúde aponta riscos na estrutura comparáveis ao viaduto que desabou em BH; R$ 150 milhões previstos para obra serão realocados na saúde da Zona da Mata
Primeiramente, uma notícia de grande impacto e repercussão atingiu Juiz de Fora e toda a Zona da Mata. Oficialmente, o Governo de Minas Gerais confirmou a decisão de não dar continuidade às obras do aguardado Hospital Regional. Assim, a construção, que se encontra paralisada desde o ano de 2017, não será finalizada, frustrando uma longa e justificada espera da população por ampliação nos leitos e nos serviços de saúde.
Segundo declarações do secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, a drástica e definitiva decisão do Estado baseia-se em falhas estruturais consideradas severas no projeto original. Em entrevista concedida à Rádio Itatiaia, ele detalhou que a construção apresenta problemas críticos, como colunas que não se alinham corretamente com as vigas e uma deficiência de material siderúrgico (ferro) nas estruturas já erguidas. Ademais, o secretário fez uma comparação preocupante: os riscos identificados na estrutura do hospital são semelhantes aos do viaduto Guararapes, em Belo Horizonte. Vale lembrar que essa estrutura desabou tragicamente durante a Copa do Mundo de 2014, tendo como uma das causas justamente a ausência de ferro suficiente. “Não podemos assumir uma obra mal executada”, afirmou Baccheretti, ao justificar a impossibilidade técnica e de segurança para prosseguir com o empreendimento.
Laudos técnicos e destino dos recursos selam futuro da obra paralisada
A confirmação da desistência por parte do Governo de Minas ocorreu após a realização de vistorias técnicas detalhadas no esqueleto da construção. Especificamente, equipes da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Parcerias (Seinfra) inspecionaram o local. Consequentemente, os laudos técnicos produzidos apontaram os erros estruturais que, segundo o governo, comprometem irremediavelmente a segurança da edificação.
Diante desse quadro desolador, o governo estadual anunciou também o redirecionamento de R$ 150 milhões. Anteriormente, este significativo montante de recursos públicos seria destinado à conclusão das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora. Agora, porém, o valor será aplicado em outras ações e projetos de saúde na Zona da Mata. Paralelamente a essa decisão administrativa, é importante registrar que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) mantêm uma ação judicial em aberto contra o Estado, referente à paralisação e ao futuro da obra. Enquanto isso, a estrutura inacabada, que deveria ser a maior unidade de saúde da região, permanece como um monumento ao desperdício e às promessas não cumpridas.