Grupo militar mais antigo do mundo atua desde 1506 e é responsável pela segurança pessoal do pontífice
Desde o século XVI, um exército com trajes coloridos e lanças ornamentais chama atenção no Vaticano. Mas por trás da aparência cerimonial da Guarda Suíça, há uma força militar com missão clara: proteger o Papa, garantir a segurança do Vaticano e, se necessário, dar a vida por ele.
História de tradição e fidelidade ao papado
A Guarda Suíça foi fundada em 1506 pelo Papa Júlio II, com o objetivo de contar com um grupo de elite para sua proteção. Na época, os soldados suíços eram considerados os mais disciplinados da Europa. Desde então, essa tradição se mantém viva: todos os guardas devem ser homens suíços, católicos, solteiros e com treinamento militar obrigatório realizado em seu país de origem.
Além disso, precisam ter entre 19 e 30 anos, medir no mínimo 1,74m e possuir reputação irrepreensível. O juramento, feito diante do Papa e de representantes do Vaticano, é um dos momentos mais simbólicos da instituição. Os soldados prometem “fidelidade, lealdade e obediência” ao pontífice, mesmo com risco da própria vida.
Função vai além da aparência cerimonial
Engana-se quem pensa que a Guarda Suíça atua apenas como figurante nas cerimônias do Vaticano. Apesar do uniforme colorido, inspirado na moda renascentista e atribuído a Michelangelo, os soldados recebem treinamento militar rigoroso, são fluentes em múltiplos idiomas e lidam diariamente com questões de segurança internacional.
Eles controlam acessos ao Vaticano, monitoram multidões em eventos papais e estão sempre atentos a possíveis ameaças. Embora o Vaticano conte com outras forças de segurança, como a Gendarmaria, a Guarda Suíça tem exclusividade na proteção direta ao Papa, inclusive durante viagens.
Tradição que se moderniza com o tempo
Nos últimos anos, a Guarda Suíça passou por atualizações importantes, incluindo a modernização de seus equipamentos e treinamentos com forças especiais de outros países. Ainda assim, conserva valores como disciplina, discrição e fidelidade, o que reforça seu papel único no cenário mundial.
Mesmo em tempos de paz, a presença da Guarda Suíça continua sendo símbolo de estabilidade e proteção espiritual no coração da Igreja Católica. Seu papel, mais do que militar, é profundamente simbólico: representa a confiança histórica que o Vaticano deposita nesses jovens vindos da Suíça, para uma das missões mais respeitadas e secretas do mundo.