Com letras agressivas e referências ao tráfico, cantor desperta preocupação entre educadores e especialistas
Oruam: sucesso entre jovens, mas com conteúdo que preocupa
O crescimento de Oruam no cenário musical brasileiro não passa despercebido por quem analisa a influência cultural sobre os jovens. Com músicas que mesclam o rap brasileiro e o trap nacional, o cantor, filho de um traficante do Comando Vermelho, rapidamente alcançou milhões de fãs, principalmente da geração Z. Contudo, o que preocupa é o teor das letras, repletas de obscenidades, referências explícitas a armas, drogas e atividades criminosas.
Especialistas em comportamento juvenil alertam que o conteúdo de suas canções pode colaborar para a normalização da violência e da criminalidade entre adolescentes. Em muitos trechos, Oruam não apenas retrata, mas também glorifica práticas ilegais, numa estética que mistura ostentação e marginalidade.
A romantização do crime e a banalização da sexualidade
As letras de Oruam escancararam uma tendência preocupante na cultura urbana: a romantização do crime como forma de resistência ou ascensão social. Em diversas músicas, o tráfico de drogas é descrito como um caminho legítimo para a conquista de poder e status, ignorando as consequências trágicas desse universo.
Além disso, a obscenidade é outra marca registrada do artista. Suas canções fazem uso constante de palavrões e descrições explícitas de atos sexuais, sem qualquer preocupação educativa. Educadores apontam que esse tipo de conteúdo, consumido por milhões de adolescentes em plena formação moral, contribui para a erosão de valores sociais importantes, como o respeito e a responsabilidade.
Oruam e o impacto negativo na juventude brasileira
Enquanto defensores alegam que Oruam apenas retrata a realidade de onde veio, críticos reforçam que há uma diferença crucial entre narrar e glorificar. Quando artistas com grande alcance promovem a ideia de que o crime compensa, ou que a vulgaridade é sinal de sucesso, a juventude absorve esses conceitos como modelos a serem seguidos.
Não se trata apenas de uma questão artística, mas de uma responsabilidade social. Em um país marcado pela desigualdade e pela violência, exemplos como o de Oruam levantam o debate sobre o limite entre a liberdade de expressão e a necessidade de preservar a formação ética das novas gerações.