Militar que atirou em trabalhador desarmado perderá cargo e cumprirá pena em regime semiaberto

Condenação vem mais de uma década após o crime

Após 13 anos de espera, a Justiça de Minas Gerais condenou o policial militar Mauro Aloisio Kaiser Rossignoli a seis anos de prisão em regime semiaberto pela morte do vendedor de sapatos Célio Nunes de Oliveira. O crime ocorreu em Bicas, na Zona da Mata mineira, durante uma abordagem no centro da cidade, em maio de 2012.

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Na ocasião, o PM efetuou um disparo que atingiu o tórax da vítima. Célio, que havia saído de Franca (SP) para trabalhar vendendo calçados, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Além da pena, o militar será exonerado do cargo público, conforme sentença proferida pelo Tribunal do Júri na noite de segunda-feira (26).

Vítima foi baleada e levada na caçamba da viatura

De acordo com os autos, o disparo foi feito por volta das 23h, após o policial solicitar que o vendedor colocasse as mãos na viatura para uma revista. O PM alegou que Célio tentou sacar uma arma do bolso, o que teria motivado o tiro.

Logo após o disparo, o vendedor foi colocado na caçamba da viatura da Polícia Militar e levado ao hospital. Câmeras de segurança registraram a chegada do veículo na unidade de saúde, onde a vítima foi atendida, mas acabou falecendo.

A perícia concluiu que o policial agiu com intenção de matar, caracterizando o crime como homicídio doloso.

Tribunal afirma que conduta do PM foi precipitada

Segundo a sentença, o comportamento do réu “não seguiu os padrões esperados de um agente da segurança pública”, e a atitude da vítima em momento algum justificou o desfecho letal da ocorrência. Para os jurados, a conduta do PM foi precipitada e incompatível com a função que exercia.

Com a condenação, Rossignoli perderá o posto de policial e deverá cumprir a pena sem direito ao regime fechado inicial. O caso passa a integrar a longa lista de crimes envolvendo agentes públicos que demoram anos para serem julgados no Brasil, o que tem gerado críticas de entidades de direitos humanos.

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