A maior emissora do Brasil enfrenta uma queda histórica de público, impulsionada por novos hábitos de consumo e concorrência cada vez mais acirrada.
A ascensão das plataformas digitais
A Rede Globo, por décadas líder absoluta em audiência na televisão brasileira, enfrenta uma crise de popularidade sem precedentes. Embora a perda de espectadores entre as classes mais altas já fosse perceptível com o crescimento dos serviços de streaming, o fenômeno agora se estende às camadas mais pobres da população. Mas o que explica essa mudança?
Primeiramente, a popularização da internet e o barateamento dos dispositivos móveis deram acesso a uma gama infinita de conteúdo sob demanda. Plataformas como YouTube, TikTok e Netflix se tornaram alternativas acessíveis e atraentes, retirando espectadores da TV aberta. Hoje, mesmo nas regiões periféricas, é comum encontrar famílias consumindo conteúdo online em celulares, muitas vezes por meio de pacotes de dados acessíveis ou Wi-Fi público.
Concorrência acirrada e fragmentação da audiência
Outro fator determinante é a crescente fragmentação da audiência. Canais concorrentes, como Record e SBT, investem em programas populares que atraem um público que antes era fidelizado à Globo. Além disso, o avanço das redes sociais permite que influenciadores digitais e produtores independentes cativem espectadores, minando ainda mais o monopólio televisivo da emissora.
Acusações de parcialidade e fake news
O conteúdo também tem sido alvo de críticas. Parte do público acredita que as novelas e os telejornais da Globo não representam mais a realidade da população, além de acusarem a emissora de parcialidade em sua linha editorial, especialmente em questões políticas. Muitos telespectadores apontam que a Globo adota uma postura enviesada, favorecendo determinadas narrativas e omitindo informações relevantes. Além disso, a emissora foi acusada, em várias ocasiões, de propagar fake news, o que minou ainda mais sua credibilidade junto ao público.
Tentativas de reinvenção
Diante desse cenário, a Globo vem tentando se reinventar. Investimentos no Globoplay e na diversificação de sua grade são estratégias adotadas para recuperar espaço. No entanto, a mudança de hábitos do consumidor parece ser um caminho sem volta, e a hegemonia da TV aberta pode nunca mais ser a mesma.
Fontes consultadas:
- Kantar Ibope Media (dados de audiência televisiva no Brasil)
- Relatórios da ANATEL sobre acesso à internet e dispositivos móveis no Brasil