Cardeal italiano Pietro Parolin ganha força nos bastidores do Vaticano após a morte de Francisco
O nome do cardeal Pietro Parolin vem ganhando força nas articulações internas da Igreja Católica como um dos principais candidatos ao papado. Aos 70 anos, o italiano nascido em Schiavon, na região do Vêneto, é o atual secretário de Estado do Vaticano, cargo que ocupa desde 2013. Essa posição o coloca como o número dois na hierarquia da Santa Sé, abaixo apenas do Papa — que agora está ausente.
Experiência diplomática fortalece sua candidatura
Ordenado sacerdote em 1980, Parolin construiu uma carreira marcada pela discrição e pela habilidade diplomática. Ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1986 e representou o Vaticano em missões delicadas na Nigéria, Venezuela, México, além de ter conduzido negociações com regimes desafiadores como China e Vietnã. Sua atuação no Oriente Médio também é lembrada como estratégica e eficaz.
Com formação em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Parolin se destaca não apenas pelo conhecimento teológico, mas também por sua capacidade de diálogo e negociação — qualidades valorizadas em um momento de transição e de forte expectativa por renovação dentro da Igreja.
Perfil discreto, mas influente nos corredores do poder
Conhecido por seu estilo reservado e ponderado, Parolin fala quatro idiomas além do italiano: inglês, francês, espanhol e português. Em abril de 2024, esteve no Brasil, onde se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando seu papel como interlocutor direto entre o Vaticano e governos de diferentes espectros ideológicos.
Embora não manifeste publicamente qualquer desejo de liderar a Igreja, sua presença constante nos bastidores e sua longa trajetória na cúpula da Santa Sé o tornam uma escolha natural para muitos cardeais que buscam um perfil de continuidade com o pontificado de Francisco, mas com habilidade para enfrentar novos desafios.